Conheça últimos sete lançamentos da Editora da Unicamp

A Editora da Unicamp lança neste início de março 7 títulos das mais variadas áreas do conhecimento. Todos já estão disponíveis para compra no site da editora. Confira cada um deles abaixo:
“Epistolário - Cartas escolhidas, com alguns escritos menores em italiano” traz um importante compêndio da filosofia de Giambattista Vico (1668 - 1744). As cartas e os outros escritos publicados neste primeiro volume da Viquiana foram escolhidos por sua relevância filosófica e biográfica. No caso das cartas, considerou-se pelo menos um dos três seguintes critérios: ou sua relevância biográfica, cartas que tratam da recepção das obras de Vico e de sua fortuna pessoal; ou estilística, as que melhor ilustram as habilidades literárias e retóricas de Vico; ou heurística, nas quais o filósofo frequenta e ampara a investigação de temas e problemas abordados em suas obras. Foi com base nesse último critério que os escritos menores de Vico entraram nesta edição. Na forma de pareceres, de prefácio ou de discurso, neles o filósofo e literato napolitano frequentou um sem-número de ideias e de teses que, formuladas em seus principais livros, lhe granjeariam o justo elogio de filósofo genial e sem paralelos.
Em “Políticas da diferença: Colaborações, cooperações e alteridades na arte”, organizado por Emerson Dionisio de Oliveira, Maria de Fátima Morethy Couto e Marize Malta, discute-se, a partir de diferentes perspectivas metodológicas, o papel da arte, de seus agentes e de suas instituições na constituição de trânsitos culturais e de políticas de inclusão e de alteridade. Evidencia como experiências artísticas e estratégias curatoriais específicas, revisões historiográficas e remapeamentos geopolíticos são capazes de romper com narrativas totalizantes, enfoques hierarquizantes e abordagens demasiadamente historicistas sobre obras e artefatos do presente e do passado. Seus autores buscam compreender o fenômeno da arte em sua singularidade, assumindo um tom crítico diante das tentativas de redução das expressões artísticas e culturais a discursos generalistas e globalizantes. Este livro expressa, assim, as ambições, os projetos, as produções e as colaborações conduzidas pelo grupo Modos, do qual seus organizadores participam desde 2013. Mais do que um ponto em comum para as narrativas da história da arte, o grupo Modos acredita na potência das diversidades de discurso, buscando, em suas ações, contemplar a complexidade das políticas da diferença.
“Um Atlântico liberal: think tanks, Vargas Llosa e a ofensiva da direita na América Latina”, de María Julia Giménez apresenta um cenário político e social intrigante. Nos últimos anos, o cenário político latino-americano tem registrado um novo avanço das direitas e o reposicionamento da agenda liberal, abrindo a numerosas perguntas e análises dentro e fora do mundo acadêmico, após o início de século marcado pela crise e impugnação ao neoliberalismo e pela abertura do ciclo de governos progressistas em vários países da região. O objetivo deste livro é contribuir ao debate com um estudo das ações empreendidas por think tanks liberais a partir de redes transnacionais atuantes na América Latina, tomando o caso da Fundación Internacional para la Libertad (FIL) entre 2002 e 2016.
Apresentando uma pesquisa inédita, “Teatros e artistas com deficiência visual”, de Lucas de Almeida Pinheiro, aborda a presença de artistas com deficiência visual no teatro brasileiro. O autor realiza uma análise minuciosa dos processos criativos de 13 grupos teatrais nacionais, explorando como a participação e o protagonismo de artistas cegos(as) ou com baixa visão enriquecem a arte teatral, gerando novas linguagens, abordagens e pedagogias. A obra concentra-se no ato poético da composição cênica, indicando que, quando a cegueira é compreendida como um substrato inventivo, disruptivo e potente, como locus de conhecimento, ela provoca as artes cênicas em suas instâncias produtivas, fruitivas e formativas. Depoimentos de artistas brasileiros com deficiência visual são entrelaçados com teorias e com a rica argumentação do autor, para desafiar o capacitismo arraigado na sociedade e propor outras possibilidades de vida dentro e fora dos palcos.
“Sob os signos da violência”, organizado por Andre Rezende Benatti, Rosana Cristina Zanelatto Santos e Wellington Furtado Ramos, é uma coletânea que se concretizou a partir de um projeto de acolhimento de textos cuja tônica analítica fossem narrativas violentas criadas desde a América Latina, no século XXI. Seu objetivo central é apresentar a análise dessas narrativas, tomando como base a problemática do violento processo histórico pelo qual a porção sul do continente americano passou e passa. O leitor encontrará dez capítulos que se debruçam sobre formas de reprodução artística e literária que criam a representação de diferentes violências para além, ou para aquém, de um suposto caráter mimético. Assim, a violência é tratada na coletânea não apenas como tema, mas também como mecanismo composicional que age como força gravitacional e faz girar, em torno de si, textos de origem e de perspectivas diversas, transitando da ficção científica ao relato pós-ditatorial ou flertando entre a fantasia e a memória biográfica.
“Os lugares da marinhagem: Racialização e associativismo em Manaus, 1853-1919” é de autoria de Caio Giulliano Paião. O advento da navegação a vapor no rio Amazonas, em 1853, foi um projeto que imbricou noções de modernidade e progresso a processos de racialização do trabalho marítimo. No livro, a racialização é um elemento-chave para discutir lugares de subalternidade designados para a categoria marítima, composta de descendentes de indígenas e africanos. Concebida pelo oficialato, a separação das funções de bordo não se limitava à organização das tarefas, mas buscava ser expandida para interditar a autonomia da marinhagem fora dos navios. Este estudo avalia o peso desses lugares no “fazer-se” de uma categoria ainda pouco explorada pela historiografia, em função da abrangência de sua mobilidade pelo maior rio do mundo. A partir de lugares criados pela própria marinhagem e seu associativismo, ela se fez ver como sujeito de direitos e da sua própria história.
Por fim, “Juventudes e velhices: Uma história de práticas saudáveis de educação física”, escrito por Edivaldo Góis Junior, traz uma questão central: Quais as relações entre a educação física e os comportamentos considerados saudáveis para jovens e idosos? Por meio de uma pesquisa histórica que teve como fontes jornais e periódicos acadêmicos especializados em medicina, saúde pública e educação física, vislumbram-se diversos atores e grupos sociais, que produziram discursos sobre juventudes e velhices. O livro aborda a tese de que as representações sobre velhice não substituíram completamente os objetivos de uma educação das juventudes como discursos que justificavam as “práticas de educação física”. Pelo contrário, essas representações coexistiram e se sobrepuseram em uma história recente.