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Editora Unesp publica livro que repensa o modernismo de 1922

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A ideologia paulista e os eternos modernistas”, lançamento da Editora Unesp, reflete sobre o lugar da Semana de Arte Moderna de 1922 no movimento modernista brasileiro. Escrito por Francisco Foot Hardman, o volume reúne e articula, ao longo de 14 capítulos, como esse evento serviu de palco para uma proposição que já estava posta pela classe artística há um tempo.

Os textos estão organizados em duas partes. A primeira, intitulada “República das ruínas e das solidões”, lembra que “a história trágica da formação do Estado nacional é um cenário de projetos em luta, em que a vida literária, em diferentes regiões do Brasil, atuou e se expressou em obras e linguagens plenamente modernistas, do simbolismo ao decadentismo, do parnasianismo ao libertarismo”, como aponta o autor. Por sua vez, a segunda parte, nomeada por “Paisagens estranhas, tempos extremos”, “indica a inelutável correlação entre ‘literatura nacional’ e as contradições da história mundial contemporânea no século XX”.

Ao fixar o modernismo paulista como sendo o modernismo brasileiro, a crítica e a história literária excluíram tudo aquilo que não cabia no modelo de 1922, inclusive reduzindo as relações internacionais de nossa cultura aos contatos em geral provincianos que artistas paulistas travaram com movimentos europeus. Além disso, o modernismo foi definido apenas em termos estéticos, excluindo suas muitas outras dimensões. O que Foot Hardman mostra é que o modernismo brasileiro foi muito mais que o cenário paulista, abrindo um convite entusiasmado à revisitação das obras daqueles escritores que foram alheados da história hegemônica.

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