Edufba lança livro que aborda crítica literária e abolicionismo penal
“Corpo de vento: Exu da teoria: travessias crítico-performativas pelas artes negras”, novo livro de Denise Carrascosa, chega às livrarias e Amazon pela Edufba. Carrascosa é crítica literária e cultural, pós-doutora em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas (UFRB), tradutora literária, advogada e professora associada de literatura na Universidade Federal da Bahia. Essa experiência e conhecimento amplo nos campos do abolicionismo, direitos humanos, feminismo, negritude e, conectando todos esses pontos, literatura, são explorados no livro.
“Corpo de Vento” é dividido em sete “giras” (aludindo à cerimônia ritualística que envolve dança, música, canto e invocação de entidades espirituais em algumas religiões afrobrasileiras), conforme o entendimento de sete conceitos-fundamentos: Exu da Teoria, Encantoria, Crítica performativa, Odusciência, Corpo de Vento, Tradução performativa afro-ancestral e OriGrafia.
O livro convida para uma roda de conversa sobre alguns modos de ser e de usar a literatura, um espaço de troca no qual ventos diversos circulam, injetando energias e estéticas variadas. Desde o sumário, incita a pensar, raciocinar fora da linha reta e no interior de uma lógica que foge da rigidez de uma certa tradição teórica ocidental, sem desprezar o rigor ou a seriedade crítica. Textualidades literárias, proposições e reflexões teóricas são colocadas lado a lado para discutir temas muito caros à crítica literária contemporânea, tais como “a crise da representação”, pós-colonialidade, pós-escravismo, performances, racismo e direitos humanos, dentre outros.
Na 5ª Gira, “Literatura abolicionista: rotas de fuga das prisões”, correspondente ao conceito-fundamento que dá nome ao livro, Denise aborda o ponto de encontro em literatura e encarceramento, que marca sua obra e trabalho ao longo dos anos. Carrascosa é coordenadora do projeto de extensão abolicionista Corpos Indóceis e Mentes Livres: trabalho de arte-educação para escritas literárias no Conjunto Penal Feminino do Complexo Penitenciário Lemos Brito (Bahia), escreveu os livros “Técnicas e Políticas de si nas margens: literatura e prisão no Brasil pós-Carandiru”, “O Pacto de Bocapiu: a cumplicidade silenciosa do Feminegricídio de Estado nas prisões”, e organizou “Firminas em Fuga”, coletânea poética de mulheres encarceradas.