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Lançamento da Editora Unesp, examina governo Biden

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Se a administração Biden tinha a intenção de regularizar tanto a política doméstica quanto a externa dos Estados Unidos, acabou se deparando com uma realidade interna de polarização e uma realidade externa marcada por uma crescente e preocupante hostilidade entre as potências globais. E são esses aspectos analisados pelo mais novo lançamento da Editora Unesp: “Tempos difíceis: o primeiro tempo do Governo Biden e as eleições de meio de mandato”, organizado por Sebastião Carlos Velasco e Cruz e Neusa Maria Pereira Bojikian. A coletânea de artigos, ora lançada pela Editora Unesp, explora a política interna, a geopolítica e a economia internacional dos Estados Unidos, contribuindo significativamente para o debate sobre o atual momento do país norte-americano.

“Iniciado sob o signo do impensável – a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, no momento em que os congressistas se reuniam para oficializar os resultados da eleição presidencial de outubro do ano anterior –, o governo Biden foi marcado por inovações importantes e choques inesperados, que alteraram significativamente a configuração do conflito político, em escala nacional e internacional”, escrevem Velasco e Cruz e Bojikian na apresentação.

Este livro é o terceiro de uma série iniciada em 2019 com a publicação de Trump: primeiro tempo - Partidos, políticas, eleições e perspectivas, cujo objetivo inicial era contextualizar o fenômeno eleitoral representado por Donald Trump dentro das tendências de longo e médio prazo da política norte-americana, além de fazer uma análise abrangente dos primeiros anos de seu governo. Em seguida, pretendia-se avaliar os resultados do primeiro teste político significativo que ele enfrentou – as eleições de meio de mandato, que resultaram em uma ampla vitória para a oposição democrata. Essa estrutura foi mantida no segundo volume da série, intitulado De Trump a Biden: Partidos, políticas, eleições e perspectivas, e é a mesma que guia a presente coletânea. No entanto, a evolução dos processos políticos, tanto nos Estados Unidos quanto no mundo, levou a uma clara mudança no conteúdo e na relevância relativa das diferentes temáticas que compõem essa estrutura, dentre elas um exame mais detalhado sobre a inclusão da política industrial e de desenvolvimento tecnológico na estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos, que não é fortuita.

“O gasto em defesa é a forma peculiar que os Estados Unidos encontraram historicamente para praticar a política industrial que sua ideologia econômica interdita. Nesse sentido, as políticas referidas expressam e aprofundam o processo de acirramento de tensões internacionais, que se manifesta de forma espetacular no grande choque a marcar o período: a invasão da Ucrânia pelas tropas da Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, e a guerra cruenta que se seguiu, logo transformada em confronto híbrido com os países da Otan, que responderam à ação militar de seu oponente com sanções econômicas inéditas e com a provisão de assistência financeira e militar à Ucrânia, em escala também sem precedentes”, explicam os organizadores. “Reside aí a ironia que cerca o governo Biden: sucedendo uma presidência marcada por gestos e discursos disruptivos, com a promessa de restabelecer a normalidade no país e em suas relações exteriores, assiste ao agravamento da polarização na política interna e à intensificação da crise no sistema internacional, que devolve ao mundo o espectro da guerra entre as grandes potências.”

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