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Lançamento da Editora Unesp relaciona Iluminismo e primórdios do feminismo

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O século XVIII, marcado pelas ideias de liberdade, igualdade e fraternidade, foi um período de profundas transformações sociais e políticas. Em meio a esse cenário, as mulheres começaram a desafiar o patriarcado e a construir os primeiros alicerces da luta feminista. “Mulheres nas Luzes”, lançamento da Editora Unesp, reúne textos da época que exploram como as vozes femininas, muitas vezes silenciadas pela história, ganharam espaço e questionaram as estruturas de poder.

Com uma seleção de textos de homens e mulheres do período ‒ tais como a Marquesa de Lambert, André-François Boureau-Deslandes, Joseph Dinouart, Madeleine de Puisieux, Adélaïde d’Espinassy, Voltaire, Pierre Virard, entre outros ‒ Mulheres nas Luzes revela as dificuldades enfrentadas para romper com o poder patriarcal. “É um mergulho nos debates filosóficos e sociais do Iluminismo, que, apesar de prometer igualdade, muitas vezes ignorava as mulheres e suas demandas por direitos”, complementa Schöpke. A obra também expõe como as ideias iluministas influenciaram as primeiras manifestações do feminismo moderno, ao mesmo tempo em que desnuda a resistência encontrada por quem tentava desafiar as normas estabelecidas.

Nas palavras de Joseph-Marie Lequinio, um dos autores resgatados, temos um conselho dado a todas as mulheres, e que se transforma em uma verdadeira prescrição: “Sexo frágil, que nossa injustiça oprime em todos os tempos, e submete a uma escravidão quase universal e completa, quereis enfim quebrar o nosso cetro e romper vossas correntes? Tenhais a coragem de vos instruir... [...]. Renunciai às frivolidades... [...]. Acima de tudo, aprendei a escapar da dominação dos preconceitos religiosos, porque eles são o princípio de toda cegueira e a morte da inteligência humana. Desvencilhai-vos com audácia de todas as quimeras; aprendei a pensar e fazei uso da vossa razão; saibais, enfim, vos governar por vossa própria conta, se pretendeis não ser mais governada doravante pelos caprichos e a vontade suprema de vossos esposos...”.

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